O que é whitewashing? É um termo designado para a escalação de atores de uma etnia diferente da que seria a mais apropriada a determinado personagem. Hollywood é uma das mais acusadas de cometer tal erro, normalmente colocando um artista caucasiano para um papel que não seria para ele. Isto ocorre, por exemplo, em “Argo” (2012) em que Ben Affleck interpreta Tony Mendes, um agente de origem mexicana. Outros longas sempre citados: “Dragon Ball Evolution”, “O Último Mestre do Ar” e “Prince of Persia”.

Recentemente o termo voltou à tona com “Deuses do Egito”, filme que deve chegar aos cinemas em 25 de fevereiro, fazendo até mesmo o estúdio Lionsgate lançar um comunicado com um pedido de desculpas. O motivo? Terem escalado atores caucasianos para interpretar os Deuses egípcios. Gerard Butler, por exemplo, dá vida à Set, deus do deserto.

O site CinePOP (que é hospedado no R7, portal que pertence a Rede Record) percebeu que este problema também está presente em Os Dez Mandamentos: “Outro problema seríssimo do filme é o whitewashing, polêmica atualmente em pauta em Hollywood. Apesar da história se passar no continente Africano, os protagonista são todos brancos. Registros científicos e arqueológicos sobre o Egito já revelaram que sua população era, em sua grande maioria, negra.”

Só mais um problema para a extensa lista do filme de “Os Dez Mandamentos”, dentre eles as salas de cinema vazias, mesmo com ingressos esgotados.

Roberto Sadovski, um dos críticos de cinema mais conceituados e conhecidos do país, também comentou a polêmica em sua crítica: “Apesar de uma certa pobreza visual e da inadequação de elenco e cenários (a trama se passa num Egito Antigo onde todos são caucasianos e usam rímel), a história de Moisés e sua luta para libertar o povo hebreu da escravidão no Egito ganhou, na telinha, maior projeção e valores de produção que, apesar de longe da perfeição, quebraram um cenário dominado pelas novelas produzidas em série e sem muita novidade pela Globo.”

Outras críticas estão disponíveis nos sites: Observatório do Cinema e Adoro Cinema. Existe ainda esta matéria do UOL.

Postagem original de 29 de janeiro de 2015. Atualizado em 30 de janeiro com mais críticas ao filme.